Vila Real, 10 abr (Lusa) -- O Grupo de Robótica da Universidade de Vila Real estão a preparar pequenos robôs para participar em dois concursos nacionais, num trabalho feito nas horas livres e que serve de aprendizagem e incentivo para os alunos.
Entre os dias 26 e 27 deste mês decorre a segunda edição do "Micromouse Portuguese Contest", em Vila Real, organizado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e depois, entre 12 e 16 de maio, realiza-se o Festival Nacional de Robótica, em Espinho.
Na sala do Grupo de Robótica, instalado na academia transmontana, ultimam-se os preparativos e as estratégias para tornar os robôs cada vez mais rápidos e inteligentes.
Vítor Palmeira, 23 anos e aluno do mestrado de Engenharia Eletrotécnica, está a configurar um minicomputador, o "raspberry", para colocar no carro de condução autónoma, o robô com que irão participar no Festival Nacional de Robótica.
Esse minicomputador tem uma pequena câmara incorporada, cujas imagens são processadas para controlar o carro, o qual terá que percorrer a pista sozinho.
"É um desafio, principalmente porque estamos a usar o 'raspberry' que nunca ninguém usou nesta competição. Aqui aprende-se e convive-se com os colegas", afirmou à agência Lusa.
Ao lado, João Gonçalves, 37 anos, trabalha no chassis do carro. "Juntei-lhe rolamentos para o motor não trabalhar sobre fricção. Ao trabalhar sobre rolamentos temos um menor consumo de energia e conseguimos obter maior rendimento, quer das baterias quer depois em velocidade para conseguirmos ganhar o concurso", explicou.
João passa aqui "todos os minutos e segundos" que pode. Diz que não é fácil conciliar o trabalho, os estudos e o grupo, mas, para si, o mais importante "é aprender".
"O meu objetivo não é acabar a licenciatura, como é o conhecimento aprendo mais aqui do que propriamente nas aulas, onde fazemos trabalhos académicos que não se aplicam à realidade", sublinhou.
Este estudante está ainda a trabalho no projeto do "quadricoptero", um pequeno helicóptero de quatro hélices e que poderá vir a ter várias aplicações, como a recolha de imagens.
O professor António Valente, do departamento de Engenharias da UTAD, afirmou que o grupo foi criado há uns cinco anos "para incentivar o gosto dos alunos pela robótica".
O docente quer também desmistificar a ideia de que a robótica é algo "de inacessível e transcendente".
E é isso mesmo que quer provar com a ideia de convidar os meninos da escola primária a participar no "Micromouse Portuguese Contest", que espera concretizar já na edição do próximo ano.
Este ano, entre os dias 26 e 27, segundo António Valente, são os alunos do secundário que estão a preparar a participação na competição.
Para ajudar, o investigador preparou uns "kits", com o equipamento necessário para preparar os pequenos robôs que vão concorrer.
Este festival coloca em competição, num labirinto, os "micromouses", e ganha quem for mais rápido. O labirinto é composto por uma matriz de 16 por 16 células, cada uma formada por um quadrado de 18 centímetros com paredes com cinco centímetros de altura.
António Valente referiu que este festival visa ainda mostrar a importância da robótica nas suas diferentes áreas de aplicação.